A primeira iniciativa que o Consultor de Planejamento e Gestão Estratégica deve tomar quando contratado para auxiliar determinada empresa, na elaboração de um Plano Estratégico de Gestão, centra-se em identificar como a empresa é vista pelo seu cliente que vai além de mensurar o grau de fidelização e satisfação, deve ele identificar como o negócio ou ativo se preferirem é reconhecido, se através do CNPJ/MF ou pelo CPF/MF de seu proprietário.
Alguns poderão considerar este detalhe banal, porem, não o é, pois, esta informação irá balizar todo trabalho a ser executado, levando-se em conta que inúmeras empresas das quais algumas bem sucedidas, já operando no mercado há décadas, ainda tem na pessoa de seu idealizador (empreendedor) o centro da gestão do negócio, na visão dos clientes, mercado e internamente junto a seus colaboradores.
A seguir, aspectos, que salvo algumas exceções, é quase certo que o Consultor encontre:
a) Quanto a Gestão Interna:
· CNPJ – Empresas com forte atuação de seus executivos.
o Tendem a ter o encaminhamento dos assuntos de forma mais rápida, porem, o executivo assume o risco pelo grau de erro ou acerto.
· CPF – Empresas que dependem do aval ou ultima palavra de seu presidente ou algum mandatário especial, por analogia comportamento de “Comandante da Tropa”.
o O encaminhamento dos assuntos é mais lento, pois, ficam em “banho Maria” até que esteja próximo a resultar prejuízo, isso, face ao receio do executivo em se expor, certo que irá ficar diretamente responsabilizado pelo ocorrido, e assim se acomodam, passam a viver dentro de sua zona de conforto, pois, toda responsabilidade é jogada a figura do presidente.
· CNPJ – Empresas em sua grande maioria com Plano de Carreira e Sucessão.
o A empresa (desta vez não o empresário) detém uma política de identificação dos talentos, e para este desenha um Plano de Carreira e Sucessão;
o Buscam auxilio de empresas especializadas na contratação de seus executivos, na busca de atrair e contratar profissionais que farão a diferença perante seus concorrentes.
· CPF – O Presidente que dita às coordenadas.
o Não existe uma politica de identificação e retenção de talentos, ao contrário aqueles que se propõem a dar muita sugestão acabam se desgastando perante o gestor, bem como, este presidente elege uma figura dentre seus executivos como sendo o seu “guru” na tomada de decisões.
o Buscam auxilio deste guru interno, ou amigos na busca de indicações de profissionais que possam suprir a vaga.
o Falta a figura de um sucessor para a direção geral dos negócios, face ao desinteresse familiar principalmente.
· CNPJ – Politicas e procedimentos:
o Os trabalhos são executados seguindo politicas e procedimentos;
· CPF – Políticas e Procedimentos:
o Um novo profissional, por inúmeras vezes, segue os procedimentos de seu antecessor, vindo a agrega alguma mudança de acordo com sua experiência profissional, sem levar em conta a duplicidade de trabalho entre as áreas.
b) Quanto a Gestão Externa:
· CNPJ – Clientes atendidos por Executivos ou Representantes da Empresa, com grau de decisão.
o As tratativas recaem sobre os diversos assuntos, de maior ou menor gravidade, e aos executivos cabe dar encaminhamento e solução dos problemas, respondendo pelos seus atos.
· CPF – Os clientes atendidos por Executivos e Representantes da Empresa, que dependem da ultima palavra do Presidente.
o Não é muito difícil encontrar executivos que atendem a chamada dos clientes, anotam sua demanda, e levam o assunto para decisão do Presidente, o qual na maioria das vezes faz questão em comparecer presencialmente no cliente e resolver a questão.
· CNPJ – Procuram participar através de seus executivos de seminários, convenções, entidades de classe.
o Por entenderem que com isso sua equipe permanecerá atualizada em beneficio do resultado dos negócios.
· CPF – Não é comum encontrar executivos nestes eventos.
o Salvo exceções, não é difícil encontrar presidentes que entendem que este tipo de atividade representa certo “laser”, e somente comparecem pessoalmente quando identificam um amigo que participará e poderá por o papo em dia, ou envia um executivo para cumprir calendário, devido à insistência de um conhecido para que prestigie o evento.
c) Quanto à valorização do Ativo:
· CNPJ – O ativo é visto pela saúde da carteira de clientes, fidelidade junto à empresa.
o A possibilidade de manutenção dos negócios independe de quem esteja no comando, pois, os negócios seguem politicas e procedimentos pré-determinados, conduzidos pela equipe gerencial, portanto, sem qualquer risco de perda de negócios de alguém que pretenda se associar ou adquirir o ativo.
· CPF– O ativo é medido do risco em função de ser visto na figura do empresário.
o Neste caso, o investidor interessado em associar-se ou em adquirir o ativo, irá medir o risco de perda dos negócios em função da ligação do empresário com os clientes, e nestes casos as negociações poderão levar a uma diminuição de valor, ou retenção de parte do valor da transação por um determinado tempo prevendo-se contingencias com relação aos contratos.
De qualquer forma, para que não haja entendimento equivocado do que foi transcrito acima, cabe esclarecer, que evidentemente não existe qualquer demérito uma determinada empresa ser reconhecida pelo CPF do empreendedor, ao contrario é louvável, pois, mostra a seriedade deste empreendedor com seu negócio, que certamente trabalhou duro para desbravar o mercado, de forma a conquistar e fidelizar seus clientes.
Esta recomendação leva em conta a busca de assertividade no resultado esperado além de ganho de tempo, pois, é esperado encontrar-se neste escopo de negócio, empresas no formato de empresa familiar, onde prevalece à centralização das decisões nas mãos do principal empreendedor, e, neste caso, é necessário entender qual é o real interesse deste empreendedor, ao lançar mão de um Planejamento Estratégico que representará o futuro de seu negocio, para tanto, existe dois caminhos a serem seguidos: O primeiro levando-se em conta o interesse deste empreendedor em manter seu “status quo” na administração dos negócios, e assim será figura chave no encaminhamento dos trabalhos, lembrando que neste caso é salutar a identificação de seu sucessor, o qual deve acompanhar os trabalhos, num segundo plano o interesse deste empreendedor poderá estar relacionado em partir para um modelo que o leve dividir as responsabilidades das tarefas e decisões com seus executivos, e, se assim for, estes executivos deverão participar ativamente na elaboração do Plano Estratégico, pois caberá a estes colocar em tudo em prática.
18-02-2020 FRANZZOLA
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